BATMAN RETURNS (Game Gear, 1992)

O filme BATMAN, lançado em 1989 e dirigido por Tim Burton, foi o responsável por popularizar no cinema o célebre herói dos quadrinhos. Ao contrário de leituras anteriores (como o clássico e multicolorido seriado de TV dos anos 60), o filme seguia a linha das HQs do herói na época e apostava numa atmosfera mais sombria, com uma Gotham City cuja estética beirava o gótico. O filme foi um imenso sucesso de crítica e público, e três anos depois era lançada a continuação, BATMAN RETURNS, novamente com Michael Keaton interpretando o homem-morcego.

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Batman Returns deu origem a uma enxurrada de games baseados no filme, lançados para quase tudo o que era máquina de rodar jogo na época: Master System, Mega Drive, Sega-CD, Nes, Super Nes, Atari Lynx e também para alguns microcomputadores da época (PC, Amiga e Atari-ST). Um aspecto interessante é que não se tratavam de meras “conversões” de um mesmo jogo para diferentes máquinas, sendo que cada uma dessas plataformas ganhou um game único (exceto pela versão do Sega-CD, essencialmente semelhante a do Mega Drive, e a do Master System, muito semelhante a do Game Gear). Algumas destas versões são umas porcarias, como a do Amiga, do Lynx e do PC. Outras variam do medíocre (Mega Drive), passando pelo bom (como a do NES e esta versão do Game Gear) e provavelmente a melhor e mais célebre das versões é do Super Nes, que certamente ainda vai dar as caras aqui no CEMETERY GAMES.

Minha opção pela versão do Game Gear é essencialmente passional, na medida em que foi um dos primeiros games do portátil que eu tive, logo que comprei meu Game Gear em 1993. Joguei muito esse jogo, ao ponto de conseguir terminá-lo com extrema facilidade. O jogo tem um visual muito bem acabado para um game da geração 8-bits, as músicas são muito bem feitas e as fases são divertidas, seguindo com razoável fidelidade o roteiro do filme.

GAME GEAR x MASTER SYSTEM

Como se sabe, tecnicamente o Game Gear era praticamente um Master System portátil. Portanto, os dois consoles da Sega compartilhavam muitos games em comum, que frequentemente eram muito parecidos e equivalentes em qualidade. Mas não é o caso de Batman Returns. Acredite: a versão do Game Gear dá DE RELHO na versão do seu irmão maior. Em síntese, as diferenças são as seguintes:

– Na versão do Master, não há a animação de abertura que mostra Batman sendo acusado pelo assassinato de uma moça;

– A tela de abertura da versão Game Gear tem como fundo uma parede molhada, com a luz de um holofote passeando pela tela. A tela de abertura no Master é mais simples e não tem nada disso;

– A proporção dos personagens na tela é melhor na versão Game Gear. Na versão do Master, Batman e seus inimigos parecem pequenos demais;

– Na versão do Master System, Batman não tem barra de energia! Com isso, ele morre no primeiro golpe que leva de qualquer inimigo;

– A paleta de cores tem menos qualidade, o que resulta num visual piorado em relação à versão Game Gear;

– Na versão Master System, Batman só conta com um tipo de bumerangue (contra três do Game Gear) e não possui o “especial” (a possibilidade de chamar o Batmóvel ou a Batlancha para detonar os inimigos).

Enfim, a versão do Master System parece uma conversão barata e mal-feita do jogo do Game Gear. Passe longe!

Feitas essas considerações, é hora de destrinchar o BATMAN RETURNS do Game Gear …

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Já na tela de abertura se vê que a versão de Batman Returns do Game Gear bota no chinelo a versão do Master System.

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O game começa com uma pequena animação que mostra o Pinguim jogando uma garota do alto de um prédio. Batman tenta salvá-la mas, como no filme, acaba sendo incriminado pelo inimigo.

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Um aspecto interessante do jogo é que todas as fases (exceto a última) oferecem duas “rotas” diferentes, cada uma com leves diferenças no design de fase.

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O game começa nas ruas de Gotham City. Repare no cartaz anunciando a candidatura do Pinguim para Prefeito ao fundo.

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Batman conta com três diferentes tipos de bumerangues: long range, normal e powerful. O primeiro é o que vai mais longe, mas é o mais fraco. O último tem o alcance mais curto, mas proporciona a cacetada mais forte nos inimigos. Minha dica: tenha sempre o bumerangue equipado no “powerful” e só use o “long range” nas raras ocasiões do game em que isso for necessário.

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Uma coisa essencial nesse game é dominar a arte de se pendurar no teto e de se balançar. Do meio para o fim do jogo, a habilidade e a precisão nesses movimentos fazem a diferença entre viver ou morrer.

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Saltando de uma plataforma e mantendo o botão de pulo apertado, o jogador faz com que Batman dê esse “planada” com a capa. Legal, hein?

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Esse é o primeiro inimigo do game, um gordão que cospe fogo. Na verdade, o jogo mostra também neve caindo e um muro ao fundo. Mas esses elementos “piscam” o tempo todo na tela (uma forma de economizar memória e poder de processamento), de modo que nenhuma foto consegue pegar todos os elementos na tela ao mesmo tempo.

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Derrotar o gordão não tem muito mistério. Primeiro ele assopra um jato de fogo. Basta ficar longe para se salvar. Depois, ele cospe labaredas pelo chão, e então o negócio é pular uma de cada vez, rapidamente. Por fim, ele solta uma bola de fogo. Novamente, basta manter distância para não ser acertado. O gordão se torna vulnerável a ataques toda vez em que estiver tomando seu goró na garrafa. Nessa hora, é só meter um bumerangue no infeliz!

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A segunda fase é dentro da loja do inescrupuloso Max Schreck.

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No segundo subnível dessa fase, cuidado com os lustres que desabam do teto, causando pequenos incêndios.

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Aqui vemos Batman apavorando um inimigo com a sua voadinha estilosa. Mas não banque o bobo: se chegar muito perto dos inimigos, eles atacam o herói com socos.

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Chegando ao telhado da loja, é hora de enfrentar a Mulher-Gato. A vilã não fica parada nem um segundo, e ataca com cambalhotas e pulos. No começo parece quase impossível vencer a desgraçada, mas basta compreender o padrão de ataque dela e a coisa fica bastante fácil.

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A terceira fase é no alto dos prédios de Gotham.

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Embora os subníveis do game sejam curtos, é interessante explorá-los para encontrar itens que repõem a energia do herói e adicionam ataques especiais.

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Nessa altura do jogo, é bom você ter dominado o uso da bat-corda. Caso contrário, prepare-se para se estatelar no chão com desagradável frequência.

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O chefão da terceira fase é um … MONSTRO GIGANTE DE PEDRA?!? Aparentemente, os programadores tomaram algumas liberdades criativas nessa parte do jogo (ou fumaram um baseado), já que evidentemente não existe nada parecido com isso no filme. Pendure-se no teto quando o monstrão atirar as rochas em você e enquanto ele avança na tela e depois aproveite o tempo que ele leva para se reposicionar para enchê-lo de bat-rangues.

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Chegamos aos esgotos de Gotham, a penúltima fase do game!

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Essa é sem dúvida a minha fase predileta do game! Fala sério, você já viu um esgoto mais estiloso e gótico do que esse? O lugar é cheio de cachoeiras saindo da boca de enormes gárgulas de pedra. Quanto será que a prefeitura de Gotham City gasta para manter um esgoto lindo desses?

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É bom andar com cuidado nessa fase. Qualquer passo em falso significa morrer afogado.

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As cachoeiras pequenas interrompem seu fluxo por rápidos segundos, e Batman precisa aproveitar esses instantes para prosseguir.

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A chefona dessa fase é a boa e velha Mulher-Gato, de novo! O padrão de ataque dela é idêntico ao anterior, exceto pelas lâminas que ela dispara enquanto pula pelo teto. Se você pegou a manha para matá-la antes, basta um pouco mais de cuidado para surrá-la novamente aqui.

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E vamos ao estágio final: o covil do Pinguim nos esgotos.

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Se na fase anterior morrer afogado era um risco, aqui é quase um destino. O volume de água nessa fase é uma coisa inacreditável. Batman precisa passar por cachoeiras comparáveis às Cataratas do Niágara. Mas que raio de esgoto é esse?!?

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Em algumas partes da fase, é preciso usar a bat-corda em pedras e tonéis que caem da cachoeira para avançar.

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Chegamos ao fim da fase. Atrás daquela porta, se esconde o terrível Pinguim!

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Enfrentar o Pinguim não chega a ser a coisa mais difícil do mundo, mas ele é de longe o inimigo mais “ralado” do jogo. Primeiro, ele voa pela tela com um guarda-chuva/helicóptero e fica atirando alguns fogos no herói. Depois, ele muda o padrão de ataque e passa a arremessar umas lâminas contra Batman. Por fim, o covardão entra num enorme tanque em forma de Pato e começa a atirar mísseis no homem-morcego.

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Uma boa dica é economizar no uso da Batlancha ao longo de toda a última fase e, quando Pinguim atacar com o pato gigante, detoná-lo com todos os especiais disponíveis. Com três ataques de Batlancha e mais um ou dois golpes de bumerangue, o patinho vai pro saco!

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Aqui vemos o pato ridículo do vilão explodindo pelos ares.

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O final do game mostra Batman vigiando Gotham City, depois de ter detonado Pinguim e toda a sua gangue.

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Como no filme, o final do jogo também mostra que a misteriosa Mulher-Gato inexplicavelmente sobreviveu.

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É isso aí, caro retrogamer! Mais uma pérola das antigas detonada. Obrigado pela paciência e até o próximo game destrinchado aqui no Cemetery Games!

5 pensamentos sobre “BATMAN RETURNS (Game Gear, 1992)

  1. Muito legal essa analise/detonado. Game Gear é um portátil que nunca joguei nenhum game. É um bom jeito de começar.

    A adaptação do filme para Snes já tinha rendido um excelente jogo, esse ai parece bom também.

    Continue assim que vou virar leitor.

  2. Cara não sabia que tinha tanta diferença entre ambas as versões joguei a de Game Gear e curti pra caramba pretendo também jogar a de Master System pra ver isso você mencionou.

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